A incrível tecnologia dos Antigos (1)

O Enigma da Tecnologia Antiga:

Para todos os cientistas e filósofos de mente aberta ao redor do mundo que continuam a estudar, aprender e evoluir. Que possam nos levar até o infinito, e além. “E aqui, meu caro Watson, chegamos a um desses mundos da conjectura no qual as mentes mais lógicas podem falhar; cada um pode formular sua própria hipótese com base nas evidências presentes e, provavelmente, a sua será tão correta quanto a minha”. – Sherlock Holmes

O Enigma da Tecnologia Antiga (livro: “A Incrível Tecnologia dos Antigos” de David Hatcher Childress)

Este livro revela indícios fascinantes de que civilizações há muito desaparecidas atingiram – ou até excederam – nosso estágio ‘moderno’ de desenvolvimento. Os ocidentais aprenderam que a humanidade progrediu ao longo de um caminho linear desde o passado primitivo até o presente, mas evidências claras e gritantes (literalmente escritas na pedra!) provam que os antigos dispunham de tecnologias que sequer podemos reproduzir hoje. David Hatcher Childress, um dos maiores especialistas no assunto, busca na literatura, nos monumentos e nos artefatos antigos as provas da existência de antigas civilizações avançadas, convidando os leitores a se desarmarem das ideias preconcebidas para decidirem, por si mesmos, o que é digno de credibilidade ou não.

Capítulo 1: O Egito herdou sua ciência de uma cultura anterior?

“Quando adquirimos conhecimento, as coisas não se tornam mais compreensíveis, mas sim mais misteriosas”. – Will Durant

Em minhas buscas por cidades perdidas e mistérios do passado, muitas vezes encontrei pistas que apontavam para a tecnologia dos antigos. Essas pistas podem ser traduzidas na forma como são representados antigos artefatos em pinturas ou entalhes na pedra (como os aparelhos elétricos do Templo de Hátor, no Egito) ou pequenos modelos de artefatos (como os aviões em miniatura, de ouro maciço, do Museu do Ouro em Bogotá) nas histórias dos textos antigos (como no Ramayana ou até na Bíblia).

Neste livro, gostaria de recapitular algumas das evidências da tecnologia antiga e de culturas avançadas do passado. O que é espantoso no confronto entre o mundo moderno e o mundo antigo é que, no primeiro, o cidadão médio tem acesso a tecnologias avançadas, como eletricidade, um veículo pessoal, telefone, celular e computador. No mundo antigo, a tecnologia avançada era, na maior parte, negada às massas. Na verdade, muitas vezes era usada em templos e cerimônias para dominar as pessoas, encantando-as ou assustando-as; isso era parte da adoração e do mistério.

O renomado escritor e apresentador do documentário “Mystery of the Sphinx”, John Anthony West, diz:

A ciência, a medicina, a matemática e a astronomia dos egípcios eram exemplos de uma ordem de refinamento e sofisticação exponencialmente superiores, o que os estudiosos modernos irão admitir. Toda a civilização egípcia estava baseada em uma compreensão precisa e completa das leis universais. E essa profunda compreensão se manifestou em um sistema consistente, coerente e inter-relacionado que fundia ciência, arte e religião em uma mesma unidade orgânica. Em outras palavras, era exatamente o oposto daquilo que encontramos hoje no mundo.

Os aviões em miniatura, de ouro maciço, do Museu do Ouro em Bogotá

Além disso, cada aspecto do conhecimento egípcio parece ter sido completo desde o início. As ciências, as técnicas artísticas e arquitetônicas e o sistema hieroglífico não mostram praticamente nenhum sinal de um período de “desenvolvimento”; com efeito, muitas das realizações das primeiras dinastias nunca foram superadas, nem mesmo igualadas posteriormente. Esse fato espantoso é prontamente admitido por egiptólogos ortodoxos, mas a magnitude do mistério que isso representa é habilmente disfarçada, enquanto suas diversas implicações não são mencionadas.

Como uma civilização passa a existir já em plenitude? Observe um automóvel de 1905 e compare-o com um moderno. Não há como deixar de notar o processo de “desenvolvimento”, mas no Egito não há paralelos. Tudo está lá desde o início. A resposta para esse mistério é óbvia, naturalmente, mas como é repulsiva para os moldes prevalentes do pensamento moderno, raramente é levada em conta. A civilização egípcia não foi um “desenvolvimento”, mas um legado (dos Atlantes).

Em “Mystery of the Sphinx” – especial da rede NBC apresentado em novembro de 1993 com grande audiência -, West e seus pesquisadores tentaram provar que a esfinge foi seriamente danificada pela água, e que tinha mais de 10 mil anos!

“Por que você não escreve livros que as pessoas possam ler?” – Nora Joyce (para seu marido, James)

A Destruição do Conhecimento

Com o avanço de nossa tecnologia, conseguimos olhar para o futuro e o espaço sideral de maneira muito diferente da dos cientistas e pensadores do início do século XX. De forma semelhante, hoje podemos analisar o passado com mais percepção e conhecimento tecnológico, pois, assim como pudemos imaginar um futuro diferente daquele que nossos avós idealizaram, também podemos ver o passado de forma distinta da que os cientistas e especialistas de um século atrás imaginavam.

Assim como nossa compreensão do universo foi expandida até os pontos mais distantes do espaço, hoje temos a capacidade de retroceder até os pontos mais remotos da história. E muitos pesquisadores estão fazendo exatamente isso. A Atlântida, com sua cultura avançada, é mencionada em textos antigos. Para começar, é citada nos Diálogos de Platão (extraídos, segundo o texto, de antigos registros egípcios), e quase todas as culturas antigas do planeta têm mitos e lendas sobre um mundo anterior e sobre o cataclismo (o Dilúvio, afundamento do último remanescente de Atlântida, em 10.986 a.C.) que o destruiu.

Maias, astecas e hopis acreditavam na destruição de quatro mundos (ou mais) antes do nosso. Pode ser que a destruição da Atlântida não seja sequer o mais recente cataclismo a afligir a Terra.

Os livros mais conhecidos do mundo, como a Bíblia, o Mahabharata, o Alcorão e até o Tao Te Ching mencionam cataclismos e antigas civilizações destruídas. Antigas civilizações e histórias a respeito delas preen­cheram milhares, até centenas de milhares de volumes de livros que eram guardados em bibliotecas espalhadas pelo mundo na Antiguidade. Muitas das bibliotecas antigas eram tão vastas que ficaram famosas entre os historiadores locais. A Biblioteca de Alexandria é um exemplo conhecido.

Infelizmente, ao longo da história, bibliotecas e arquivos imensos foram deliberadamente destruídos. Segundo o famoso astrônomo Carl Sagan, existia um livro intitulado “A verdadeira História da Humanidade nos últimos 100 mil anos”, que estava no acervo de Alexandria. Infelizmente, este livro, como milhares de outros, foi queimado por cristãos fanáticos no século III. Os exemplares que se salvaram foram queimados alguns séculos depois pelos muçulmanos para aquecer a água do banho.

Foi durante muitos séculos, mais ou menos de 280 a.C. a 416, uma das maiores e mais importantes bibliotecas do Planeta. Este valoroso centro do conhecimento estava localizado na cidade de Alexandria, ao norte do Egito.

Todos os textos chineses antigos foram destruídos em 212 a.C. por ordem do imperador Chin Shih Huang Ti, construtor da famosa Muralha da China. Enormes lotes de textos antigos – praticamente tudo que dizia respeito à história, à filosofia e à ciência – foram apreendidos e queimados. Bibliotecas inteiras foram destruídas, inclusive a biblioteca real, e algumas das obras de Confúcio e de Mêncio também desapareceram nessa devastação do conhecimento.

Felizmente, alguns livros sobreviveram porque algumas pessoas os ocultaram em cavernas subterrâneas, e muitas obras foram escondidas em templos taoístas, onde até hoje são religiosamente mantidas e preservadas.

Os conquistadores espanhóis destruíram todos os códices maias que encontraram na América Central. Dos muitos milhares de livros encontrados, tem-se conhecimento de apenas três ou quatro ainda existentes. Assim como as seitas cristãs fanáticas do século III e o imperador Chin Shih Huang Ti no século III a.C., os conquistadores espanhóis quiseram apagar todo e qualquer conhecimento do passado e os registros que o preservavam.

A Europa e o Mediterrâneo mergulharam na infame Idade das Trevas, quando a igreja católica sofreu seu primeiro Cisma após uma série de concílios, a começar pelo de Nicéia, em 325. O último patriarca da igreja cristã primitiva, Nestório, foi deposto pelo Concílio de Éfeso em 431, sendo banido para a Líbia e provocando o deslocamento da igreja nestoriana para o Oriente. O conflito dizia respeito à antiga doutrina cristã da reencarnação, e à ideia de que Cristo teria natureza dupla: Jesus seria um Mestre, enquanto Cristo seria o arcanjo Melquisedeque.

No ímpeto desse conflito, todos os livros do império bizantino foram destruídos, exceto a nova versão da Bíblia, autorizada pela Igreja Católica de Roma. A Biblioteca de Alexandria foi destruída nessa época, quando a grande matemática e filósofa Hypatia foi arrastada de sua carruagem e dilacerada por uma multidão, que depois se dirigiu à biblioteca e incendiou-a. Assim teve início a supressão da ciência e do conhecimento, particularmente de nosso passado mais remoto.

O conhecimento tem sido suprimido ao longo dos últimos dois mil anos. Às vezes, diz-se que a história é escrita pelos vencedores das guerras, e não pelos perdedores; e tendo em vista a quantidade de propaganda política reconhecidamente bélica que ainda é tida como “história” popular no século XX, deveríamos realmente examinar boa parte da história antiga sob esse prisma.

Sabendo dessa supressão, é espantoso que os poucos textos antigos que sobreviveram abordem, com efeito, civilizações avançadas e os cataclismos que as destruíram. Do mesmo modo, falam de sábios que viviam em harmonia com a Terra e com o funcionamento natural (a feminina natureza) de todas as coisas. Em algum momento do passado remoto, porém, o homem perdeu a harmonia com a natureza (e com o feminino), e uma catástrofe atingiu todo o planeta.

Vemos aqui um notável paralelo entre o antigo “mito” da Atlântida e a situação em que o homem moderno se encontra hoje. Será que o homem moderno irá sobreviver à sua própria tecnologia e tribalismo? Ou será que irá se destruir nos mecanismos naturais de suas práticas nocivas e em desarmonia com a Terra?

“Tive muito mais pensamentos elevados, visões criativas e expansivas enquanto relaxava em confortáveis casas de banho em bem equipados banheiros americanos do que já tive em qualquer catedral”. – Edmund Wilson

Higiene Antiga: Banheiros dos Deuses

A qualidade dos encanamentos e sistemas sanitários é um indicativo do avanço de uma civilização. Esses sistemas são desenvolvimentos da ciência da irrigação, praticada há pelo menos 25 mil anos. Há mais de 3 mil anos, os nabateus, no deserto do Negev, Israel, usavam um sistema engenhoso de terraços e muros para agricultura, mesmo com baixa pluviometria. Os antigos persas, há cerca de 3 mil anos, escavaram aquedutos subterrâneos que ainda fornecem 75% da água usada no Irã.

No passado, a Europa sofreu com péssimas condições sanitárias, mas há 5 mil anos, cidades como Tel Asmar, perto de Bagdá, já possuíam sofisticados sistemas de esgoto e banheiros. Grandes feitos de engenharia hidráulica foram realizados em diversas partes do mundo antigo, como a represa da rainha de Sabá no Iêmen e as obras em Maduru Oya, Sri Lanka, que impressionaram arqueólogos modernos.

Historiadores antigos supunham que civilizações nômades não tinham sistemas de esgoto sofisticados. No entanto, descobertas mostram que muitas civilizações antigas, como a de Mohenjo-Daro, no Paquistão, tinham banheiros bem equipados e sistemas de drenagem avançados.

No Egito antigo, Sir G. Maspero, diretor-geral do Departamento de Antiguidades, relatou a existência de sofisticados banheiros e sistemas de esgoto. Heródoto considerava os egípcios o povo mais saudável de todos, devido às suas práticas sanitárias avançadas. Além disso, os egípcios tinham conhecimentos de química avançados, fabricando compostos artificiais para cosméticos.

A palavra “sabonete” (soap, em inglês) deriva do antigo termo egípcio “swab”. A habilidade náutica dos egípcios contribuiu para a disseminação do termo. A higiene adequada, incluindo água limpa, sabonetes e sistemas de esgoto, é essencial para o progresso de qualquer civilização tecnológica. A limpeza, na tecnologia dos deuses, está próxima da divindade.

Cidade escavada na rocha, em Petra, na Jordânia construída para gigantes

As espantosas invenções da China

Dizem que muitas invenções antigas teriam se originado na China, embora seja possível que a maioria tenha vindo de culturas ainda mais antigas. Os chineses tinham máquinas com engrenagens desde seus primórdios – alguns dizem que datariam dos últimos séculos antes de Cristo, se não de antes. Embora os historiadores modernos prefiram situar a origem da China na dinastia Chou, em 1122 a.C., os próprios chineses principiam a história nos semimíticos “Cinco Monarcas”.

Pergaminho encontrado em 1900 em uma biblioteca secreta de Dunhuang, no Deserto de Gobi, por sir Aurel Stein, que trabalhava para o Museu Britânico. A linguagem é desconhecida. A maioria dos livros antigos foi destruída na China por ordem oficial do governo comunista.

Os textos chineses mais antigos dizem que a primeira das dinastias foi a dos Cinco Monarcas, na qual houve – o que é confuso – nove governantes cujos reinos combinados duraram de 2852 a 2206 a.C. Confúcio atribuiu a um rei, Yao, cujo reino começou por volta de 2357 a.C., “bondade, sabedoria e senso de dever”. Foi sucedido por Shon, que construiu uma ampla rede de estradas, passagens e pontes pelo imenso território, e muitos estudiosos atribuem a ele a construção da Rota da Seda.

Todos os textos chineses antigos, especialmente os de Lao Tse e Confúcio, bem como o I Ching, falam dos antigos e da glória de sua civilização. Presume-se que se referissem ao povo que vivia na época dos “Cinco Monarcas”, ou até antes. O lendário povo chi-kung teria, pelo que contam, “carruagens voadoras” nesse período.

Como dito anteriormente, pouco antes de sua morte, em 212 a.C., o imperador Chin Shih Huang Ti ordenou que toda a literatura pertinente à China antiga fosse destruída. Enorme quantidade de textos antigos – praticamente tudo o que dizia respeito à história, astronomia, filosofia e ciência – foi apreendida e queimada. Bibliotecas inteiras, inclusive a biblioteca real, foram destruídas. Algumas das obras de Confúcio e Mêncio estavam no meio dessa destruição do conhecimento.

Dispositivo detector de terremotos da China, aproximadamente 200 d.C.

Felizmente, alguns livros foram salvos por pessoas que os esconderam, e muitas obras foram guardadas em templos taoístas, onde até hoje são religiosamente mantidas e preservadas. Sob nenhum pretexto são mostradas, sendo mantidas ocultas tal como há milhares de anos. A perseguição e o fechamento de templos religiosos pelos comunistas indicam que os lamas ainda têm motivos para manter escondidos seus livros antigos.

Sem dúvida, boa parte da história relativa aos primeiros dias da China e sua tecnologia foi perdida. Mas o que fez o imperador Chin desejar destruir qualquer registro relativo ao passado pouco antes de morrer? Seria ele um megalomaníaco que queria que a história principiasse nele, ou teria sofrido a influência das mesmas forças malignas que inspiraram Gengis Khan e Hitler a também queimar livros?

Ouvimos dizer que no passado distante os reis tinham títulos, mas não nomes póstumos. Em tempos recentes, os reis não apenas tinham títulos como também, após a morte, recebiam nomes com base em sua conduta. Isso significa que os filhos julgaram seus pais, os súditos seu soberano. Isso não pode ser tolerado. Títulos póstumos ficam doravante abolidos. Somos o Primeiro Imperador, e nossos sucessores deverão ser conhecidos como o Segundo Imperador, o Terceiro Imperador, e assim por diante, por incontáveis gerações.(Chin Shih Huang Ti, 212 a.C.)

Pirâmide na China

Malgrado alguns governantes despóticos, a invenção e a inovação progrediram na China antiga e na Ásia Central. Com efeito, foram os chineses que inventaram o tipo móvel (impressão); o inventor foi um indivíduo chamado Bi Sheng, que começou a usar essa tecnologia em 1045, quatrocentos anos antes de Gutenberg ter impresso a Bíblia na Europa. Atribuem-se ainda aos chineses a invenção do papel de escrita e de embrulho, dos guardanapos de papel, das cartas de jogo e do papel-moeda! O papel higiênico também foi um produto de sua indústria de papel, há mais de dois mil anos. Provavelmente, todas essas invenções tinham existido no seu passado.

Os chineses conheciam muito bem os terremotos e as mudanças geológicas; projetaram casas resistentes a terremotos há sete mil anos. O primeiro sismógrafo conhecido para detecção e registro de terremotos distantes foi inventado por Zhang Heng em 132 d.C. Esse engenhoso aparelho tinha 2,40 metros de altura e oito dragões de bronze que seguravam esferas de bronze entre suas mandíbulas. Quando um terremoto distante inclinava o objeto, um pêndulo interno abria a boca do dragão que estava voltado para a direção do tremor e a esfera caía na boca de um sapo de bronze situado sob o dragão.

Atribui-se o primeiro relógio mecânico a dois inventores chineses por volta de 725 d.C., e a pólvora era conhecida na China pelo menos desde o século IX, se não antes. Usada apenas em fogos de artifício e diversão, serviu de combustível para os primeiros canhões – construídos pelos holandeses e alemães – depois de ter sido levada para a Europa no século XIII.

Os chineses sempre tiveram ampla visão em seus projetos. A Muralha da China não foi seu único empreendimento colossal, mas o Grande Canal da China, que liga o rio Amarelo ao Yang Tzé, tem comprimento vinte vezes maior que o Canal do Panamá – mas os chineses o construíram sem equipamento moderno há mais de 1.300 anos! Há outros projetos grandiosos ainda desconhecidos ou aguardando descoberta, como a maior pirâmide do mundo, perto de Xian. Até a versão chinesa da máquina de escrever, chamada de máquina Hoang, tem 5.700 caracteres em um teclado com 60 centímetros de largura e 42 de altura!

Dispositivo lança-chamas chinês, feito aproximadamente em 1040. Usava petróleo refinado, que era bombeado de um tanque retangular.

Em The genius of China: 3.000 years of science, discovery and invention, o autor Robert Temple (que usou como fonte as obras de Joseph Needham na Universidade de Cambridge) afirma que os chineses conheciam e usavam gás venenoso e gás lacrimogêneo no século IV a.C., 2.300 anos antes de o Ocidente conhecê-los! Os chineses fabricaram ferro fundido no século IV a.C. (1.700 anos antes do Ocidente) e faziam aço a partir de ferro fundido no século II a.C. (dois mil anos antes do Ocidente). A primeira ponte pênsil foi construída na China no século 1 (pelo menos 1.800 anos antes do Ocidente), e os chineses inventaram os fósforos em 577, mil anos antes do Ocidente.

Na introdução do livro de Needham sobre o avançado estágio da civilização na China, o autor diz: “Primeiro, por que eles estiveram tão à frente de outras civilizações? Segundo, por que eles não estão hoje séculos à frente do resto do mundo?” Talvez a China tenha herdado seus conhecimentos de uma civilização (muito) mais antiga. Suas descobertas, como as nossas, são apenas o reencontro de uma tecnologia antiga na montanha-russa da história.

Em seu livro We are not the first, Andrew Tomas relata:

A cibernética é uma ciência antiga. Na China, era conhecida como a arte de khwai-Ahuh, pela qual se dava vida a uma estátua para que servisse a seu criador. A descrição de um homem mecânico está contida na história do imperador Ta-chouan. A imperatriz considerou o robô tão irresistível que o ciumento governante do Império Celeste deu ordens ao construtor para quebrá-lo, apesar da admiração que o próprio governante tinha pelo robô que andava.

Uma das primeiras máquinas de calcular foi, naturalmente, o ábaco chinês, com mais de 2.600 anos. Só recentemente é que as calculadoras modernas conseguiram fazer cálculos mais rapidamente do que o simples, mas eficiente, ábaco.

Dispositivo lança-chamas chinês, feito aproximadamente em 1040. Usava petróleo refinado, que era bombeado de um tanque retangular.

Os maravilhosos relógios chineses

Os maravilhosos relógios da China antiga são um bom exemplo da complexidade a que as máquinas antigas podem chegar. Embora o relógio mecânico exista há milhares de anos, o problema da precisão ao longo de períodos como semanas ou meses é difícil de se resolver. Os chineses solucionaram-no com um dispositivo chamado escape, que permitiu a regulagem adequada da velocidade de um relógio, imprimindo-lhe marcha com fonte de energia relativamente pequena.

O primeiro relógio com escape de que se tem notícia foi construído por volta de 724 d.C. por Lyang Lingdzan, embora pareça que a tecnologia já fosse conhecida antes. Esse objeto incluía uma esfera celeste que girava junto com os céus, um modelo de sol e de lua que circulavam ao redor da esfera, tal como os orbes de verdade parecem fazer, e valetes que golpeavam sinos e tambores para assinalar a passagem do tempo.

O sino do relógio de Lyang marcava a “hora” chinesa, ou shi, que tem o dobro da duração da hora ocidental. O tambor marcava um período menor, o ko, que corresponde a um centésimo do dia solar, ou seja, 14 minutos e 24 segundos em nossa escala de tempo. Como os povos ocidentais, antes os chineses dividiam o dia e a noite em intervalos, que aumentavam ou diminuíam conforme a estação. Isso tornava mais difícil projetar relógios confiáveis.

Em 1088, Su Song, um astrônomo do primeiro escalão, construiu um relógio ainda mais notável, que incluía uma torre de 9,60 metros de altura, com esferas rotativas e painéis móveis, que exibiam o céu noturno. Diferente do relógio de Lyang, que usava pesos e pêndulos, o de Su era movido por uma corrente d’água que passava por uma roda que fazia a esfera girar. Sua torre incluía ainda portas de armário que se abriam a cada hora para mostrar estátuas que apareciam nas janelas de diferentes lados da torre e que tocavam sinos e gongs ou seguravam tábuas onde se lia a hora em caracteres chineses.

Esses relógios eram, de fato, maravilhas mecânicas, cujo design e precisão só foram igualados no Ocidente na era moderna. O relógio mecânico não foi reinventado até que os franciscanos construíram o relógio de Dondi no século XIV.

A China antiga e a Rota da Seda

A China é conhecida principalmente por suas muralhas e seu grande canal, e foi a primeira nação a unificar o tempo em calendários, que datam de 2.637 a.C., quando o “Ano Novo” foi celebrado em 15 de fevereiro.

Entretanto, a China antiga não existia isolada. Tinha rotas comerciais, tanto a Rota da Seda quanto a Via Marítima da Seda. É provável que houvesse contato com o Novo Mundo, pois moedas chinesas foram encontradas no oeste dos EUA.

As trocas comerciais da China com o Ocidente talvez principiassem na época de Yao (2357 a.C.) ou Shon, seu sucessor. Essas trocas poderiam explicar o desenvolvimento simultâneo de tecnologia em diferentes regiões.

O Fascinante Crânio de Cristal

Parte do mistério da tecnologia antiga reside em objetos ou dispositivos únicos e claramente artificiais. O intrigante aspecto desses artefatos é o método pelo qual poderiam ter sido confeccionados. Um exemplo notável é o crânio de cristal Mitchell-Hedges, descoberto nas ruínas da antiga cidade Maia de Lubaantun, localizada no atual Belize, na América Central. Em maia, “Lubaantun” significa “lugar das pedras caídas”, mas o nome original da cidade permanece desconhecido.

O enigmático crânio de cristal de Mitchell-Hedges. Seria uma relíquia da Atlântida?

A primeira menção a Lubaantun chegou ao governo colonial britânico no final do século XIX através dos habitantes do assentamento Toledo, próximo a Punta Gorda. Em 1903, o governador colonial designou Thomas Gann para investigar o local. Gann explorou e escavou as principais estruturas ao redor da praça central, concluindo que a população local havia sido considerável. Seu relatório foi publicado na Inglaterra em 1904.

Em 1915, R. E. Merwin, da Universidade de Harvard, estudou o sítio, descobrindo diversas outras estruturas, identificou uma quadra de jogo de bola e esboçou um plano do local. A escavação da quadra revelou três marcadores de pedra esculpida, cada um mostrando duas figuras jogando bola. Curiosamente, essas são as únicas pedras esculpidas encontradas em Lubaantun.

Foi somente em 1924 que F. A. “Mike” Mitchell-Hedges chegou a Lubaantun para colaborar com Thomas Gann na escavação da cidade. Em 1927, durante uma escavação perto de um altar desmoronado e uma parede adjacente, a filha adotiva de Mitchell-Hedges, Anna, encontrou o crânio de cristal em tamanho natural no dia do seu 17º aniversário. Três meses depois, a cerca de 7,5 metros do altar, foi encontrado um maxilar que se encaixava perfeitamente no crânio. Assim, um dos artefatos mais enigmáticos do mundo antigo tornou-se conhecido.

A idade do crânio é incerta, já que o cristal de rocha não pôde ser datado por métodos convencionais. Laboratórios da Hewlett-Packard, que estudaram o crânio, estimaram que sua confecção teria demandado pelo menos 300 anos de trabalho contínuo por artesãos altamente habilidosos. Na escala de dureza, o cristal de rocha está um pouco abaixo do diamante.

O mistério ao redor do crânio aumentou com a descoberta de que a mandíbula foi esculpida do mesmo bloco de cristal e que, quando as peças se encaixavam, o crânio movia-se sobre a base da mandíbula, criando a impressão de que “falava” ao abrir e fechar a boca. Assim, o crânio pode ter sido utilizado pelos sacerdotes como um oráculo.

O crânio é atribuído a propriedades ainda mais surpreendentes. Afirma-se que o lobo frontal fica turvo, ocasionalmente apresentando um brilho luminoso com um leve tom de palha, semelhante a um halo lunar.

De acordo com Frank Dowland, cristalógrafo da Hewlett-Packard, às vezes surgem “imagens” dentro do crânio, como discos voadores e o observatório Caracol do sítio Maia-Tolteca de Chichén Itzá. Recentemente, o crânio ganhou notoriedade ao ser exibido em festivais místicos nos EUA e no Canadá. Atualmente, encontra-se nas mãos de Anna “Sammy” Mitchell-Hedges, em Kitchener, Ontário, ou em sua residência no sul da Inglaterra.

A vida de A. Mitchell-Hedges foi fascinante e, de certa forma, inspirou personagens como Indiana Jones. Nascido em 1882, “Mike” Mitchell-Hedges estava destinado a uma vida de aventuras. Relata várias delas em seu livro Danger My Ally, publicado em 1954. Em 1899, ele foi para a América do Norte, conheceu o bilionário J. P. Morgan, ganhou uma fortuna em jogos de cartas e seguiu para o México, onde foi capturado por Pancho Villa e depois cavalgou com ele pelo norte do país.

Mais tarde, explorou a América Central. Com sua namorada, a rica senhora Richmond Brown (casada na época), atravessou o Caribe, explorou as ilhas Bay, perto de Honduras, as ilhas San Blas, ao largo do Panamá, e regiões próximas à Jamaica.

Baixo-relevo maia de um crânio de cristal.

Ele acreditava que os artefatos encontrados nas ilhas Bay indicavam uma civilização avançada agora submersa no oceano, supostamente a Atlântida. Mitchell-Hedges tinha um interesse por ciências místicas e sociedades secretas, defendendo a existência de civilizações perdidas e de Atlântida. Finalmente, chegou a Lubaantun, onde o cristal foi “descoberto” em 1927.

Curiosamente, ele dedica apenas três parágrafos em seu livro ao famoso crânio de cristal, e esses trechos foram removidos da edição americana publicada posteriormente.

O crânio é esculpido em puro cristal de rocha e, segundo os especialistas, teria levado mais de 150 anos para ser trabalhado, geração após geração de artesãos, até formar o crânio perfeito. Estima-se que tenha pelo menos 3.600 anos e, segundo a lenda, foi utilizado por um sumo sacerdote Maia em rituais esotéricos. Afirma-se que, ao fazer um voto de morte com o crânio, a morte era inevitável. Descreve-se o crânio como a materialização do mal. Não tentarei explicar esse fenômeno.

Hoje, o crânio continua a fascinar audiências ao redor do mundo e frequentemente aparece na televisão. Cristais de quartzo são também utilizados em tecnologia avançada, como em relógios digitais e computadores. O crânio de cristal, como outros artefatos, parece ser um instrumento antigo de alta tecnologia. O mistério da tecnologia antiga é que acreditamos que as sociedades do passado eram primitivas, mas sabemos que motores a vapor, relógios com engrenagens e crânios de cristal existiram. Que outros segredos de alta tecnologia o passado ainda nos reserva?

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