Jesus foi um ‘Homem Casado’: Prova encontrada em Papiro Antigo

Jesus foi um ‘Homem Casado’: Prova encontrada em Papiro Antigo

Uma “prova documental” de que Jesus era casado foi encontrada em um papiro antigo que menciona Jesus falando de Maria Madalena como sendo sua esposa.

Se verdadeiro, o documento lança dúvidas sobre a apresentação oficial da Igreja Romana, durante séculos, de Maria Madalena como uma prostituta arrependida e derruba o ideal cristão (católico romano) de abstinência sexual. Essa descoberta alimenta uma tendência antiga e persistente no pensamento cristão de que Jesus e Madalena eram, de fato, um casal (que inclusive tiveram filhos), como apresentado por Dan Brown na trama de seu thriller best-seller “O Código Da Vinci”.

O antigo Papiro foi anunciado pela historiadora Karen L. King – The New York Times/Evan McGlinn

Um fragmento de um antigo papiro recentemente descoberto (ou somente agora revelado) sugere que Jesus e Maria Madalena eram marido e mulher, segundo os pesquisadores. O fragmento, do tamanho de 8 x 4 centímetros, apoia uma corrente no pensamento cristão que mina séculos de dogmas e manipulação do feminino pela Igreja Católica Romana, sugerindo que o Messias cristão não era um celibatário.

O centro do fragmento contém a frase bombástica onde Jesus, falando a seus discípulos, diz: “minha esposa”, que os investigadores acreditam se refere a Maria Madalena.

No texto, Jesus parece estar defendendo-a de algumas críticas, dizendo que “ela vai ser minha discípula” {n.t. E ela realmente foi sua principal discípula, fato subtraído desde os primórdios da história da Igreja de Roma que sempre suprimiu o poder e o aspecto feminino da divindade. O deus de Roma é castrado, pedófilo e patriarcal}. Duas linhas depois, ele então diz aos discípulos: “Eu moro com ela.

O manuscrito incompleto, escrito em língua copta do antigo Egito, tem sido estudado pela Professora Karen L. King, professora de teologia na Universidade de Harvard, a dotação de assento acadêmico mais antiga dos EUA. A Professora King vai apresentar um trabalho sobre a descoberta em uma conferência internacional em estudos coptas em Roma após a realização de testes extensivos e pesquisas para estabelecer a autenticidade do documento.

Ela disse à Smithsonian Magazine que o fragmento lança (enormes) dúvidas “sobre toda a alegação católica do celibato sacerdotal baseada em Jesus como um celibatário.” Ela acrescentou:

“O que isto mostra é que houve para os primeiros cristãos, a ideia de que a união sexual no casamento poderia ser uma imitação da criatividade de Deus e da geração e que poderia ser espiritualmente correta e adequada.”

Em um próximo artigo na Harvard Theological Review, a Professora King especula que este assim chamado ‘Evangelho da Esposa de Jesus’ pode ter sido jogado no “lixo” porque as ideias nele contidas fluíram tão fortemente contra as correntes ascéticas em que as práticas e o entendimento do casamento e das relações sexuais foram surgindo na Igreja Católica.

A Professora King minimiza a validade do fragmento como um documento biográfico, dizendo que ele provavelmente foi confeccionado no primeiro século, em grego, ou então após a crucificação e, posteriormente, transcrito para o copta. Seu significado, em vez disso, reside na possibilidade de que uma primeva seita cristã buscou socorro espiritual ao retratar o seu profeta como tendo uma esposa.

Esta representação de Jesus como um homem de amor e necessidades terrenas não sobreviveu nas doutrinas das igrejas estabelecidas, que enfatizam o celibato e o ascetismo como um ideal espiritual. A interpretação do texto pela Professora King se baseia no pressuposto de que o fragmento é genuíno, uma questão que de modo algum está definitivamente resolvida.

O verso do antigo papiro está tão danificado que apenas algumas palavras-chave – “minha mãe” e “três” – foram decifradas, mas na parte da frente, ou recto, a Professora King decifrou oito linhas fragmentárias:

  1. Não [para] mim. Minha mãe me deu vi [da] …
  2. Os discípulos disseram a Jesus,
  3. Negar. Maria é digno de
  4. Jesus disse-lhes: Minha esposa
  5. Ela será capaz de ser minha discípula
  6. Deixe as pessoas perversas aumentarem (de número)
  7. Quanto a mim, eu moro com ela, a fim de
  8. Uma imagem

Como os testes químicos de sua tinta ainda não foram feitos, o papiro ainda pode ser contestado com base na sua autenticidade, embora especialistas independentes tenham dado seu apoio com base em outros casos. Para autenticar o papiro, a Professora King enviou fotos para Anne Marie Luijendijk, professora na Universidade de Princeton e uma autoridade em papiros coptas e escrituras sagradas.

A Professora Luijendijk retransmitiu as imagens para Roger Bagnall, um papirólogo de renome, que dirige o Instituto para o Estudo do Mundo Antigo da Universidade de Nova York. Conhecido por suas avaliações mais conservadoras da autenticidade e data de papiros antigos, o Professor Bagnall, no entanto, confirmou que ele acreditava que o documento era genuíno.

O dialeto do escriba e o estilo de escrita, a cor e a textura do papiro ajudaram a datá-lo para a segunda metade do século IV d.C. e colocam sua provável origem no Alto Egito (Delta do Rio Nilo). Os detalhes do fragmento que apoiam outra visão da vida de Jesus começaram a ganhar força desde a descoberta de um esconderijo de antigos manuscritos em Nag Hammadi, no Alto Egito, em 1945.

Estes manuscritos, incluindo o evangelho de Tomé, o Evangelho de Filipe e o SECRETO Apocalipse de João, delineiam a versão gnóstica do cristianismo que difere muito da linha oficial da Igreja (catolicismo) de Roma.

O gnosticismo é um termo acadêmico moderno para um conjunto de crenças religiosas esotéricas encontradas entre os primeiros grupos cristãos que acreditavam que a realização do conhecimento intuitivo é o caminho para a salvação.

Em geral, eles acreditavam que o mundo material foi criado por Deus, mas não através de algum intermediário sendo por vezes identificado como Ahriman, Satanás ou Javé.

Jesus é identificado por alguns gnósticos como uma encarnação do ser supremo que se encarnou para trazer Gnosis (conhecimento) à terra, de acordo com a Wikipedia. Outros negam que Jesus era Deus feito carne, afirmando-lhe apenas que seria um ser humano que alcançou a divindade através da iluminação e ensinou seus discípulos a fazer o mesmo.

O movimento se espalhou em áreas controladas pelo Império Romano e entre os godos arianos, e do Império Persa, crença que continuou a se desenvolver no Mediterrâneo e no Oriente Médio antes e durante os séculos II e III.

A Conversão ao Islã e a Cruzada dos Albigenses {n.t. Levada a efeito pela Igreja de Roma contra o maior centro gnóstico da Europa, no sudoeste da França em Albi, Toulouse, Carcassone, que assassinou milhares de gnósticos } em 1209-1229, reduziu muito o número restante de gnósticos, durante a Idade Média, embora algumas comunidades ainda existam.

Ideias gnósticas e pseudo-gnósticas se tornaram influentes em algumas das filosofias esotéricas de vários movimentos místicos do final dos séculos 19 e 20 na Europa e América do Norte.

Perseguidos e muitas vezes separados uns dos outros, as antigas comunidades cristãs tinham opiniões muito diferentes sobre doutrinas fundamentais sobre o nascimento de Jesus, sua vida e morte. Foi somente com o estabelecimento do cristianismo (melhor seria dizer catolicismo) como religião oficial do Império Romano que o imperador Constantino convocou 300 bispos para emitirem uma declaração definitiva da doutrina cristã (católica).

Este assim chamado Credo Niceno – nome derivado da cidade de Nicéia, o local onde se encontraram os bispos – afirmou um modelo de crença cristã que é até hoje considerado como uma ortodoxia. As origens deste último fragmento de papiro antigo revelado ainda são desconhecidas. A Professora King o recebeu de um colecionador anônimo que o tinha encontrado entre um monte de papiros gregos e coptas antigos.

Acompanhando o fragmento havia uma nota sem assinatura e sem data manuscrita de um tradutor afirmando que é o único exemplo de um texto em que Jesus se refere em discurso direto como tendo uma esposa. A Professora King, que é capaz de ler copta antigo, acredita que algumas das frases dentro das passagens do texto tenham eco em Lucas, Mateus e os evangelhos gnósticos sobre o papel da família.

Estes paralelos convenceram-na de que este relato da vida de Jesus foi composto originalmente no século II d.C., quando tais questões foram tema de debate teológico intenso. Aqueles que não concordavam com a linha oficial estabelecida pelo Concílio de Nicéia foram, no tempo, marcados pela Igreja Romana como hereges e todos os seus ensinamentos foram suprimidos (e muitos foram simplesmente assassinados).

Por Damien Gayle – Fonte: Daily Mail


“Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem”.  –  Mateus 7:13,14

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