Jesus é idolatrado por milhões como a figura central do cristianismo no Ocidente, conhecido como “O ungido com o Espírito”. Embora estudiosos afirmem que há poucas certezas sobre sua vida, novas pesquisas lançam luz sobre o enigmático messias. Nascido na Judéia há cerca de dois milênios, ele mudou o curso da história ocidental em apenas três anos de atividade pública. Nenhum outro líder espiritual teve um impacto tão profundo quanto aquele conhecido como Jesus, o Cristo.
Hoje, mais de um bilhão de pessoas acreditam que Jesus, ou Yeshu’a em aramaico, foi uma manifestação divina entre os homens, sendo venerado como exemplo das maiores virtudes humanas. Os cristãos o consideram o messias salvador, e algumas correntes creem que ele retornará para guiar os justos a uma nova era de paz e fraternidade.
Embora sua vida e obra sejam descritas no Novo Testamento, a Bíblia não menciona sua vida entre os 12 e 30 anos, abrindo espaço para diversas especulações e pesquisas. Em 1894, o historiador russo Nicolas Notovitch publicou “A Vida Desconhecida de Jesus”, onde relatava a descoberta de um manuscrito no mosteiro Hemis, no qual Jesus, conhecido como Issa, teria vivido no Oriente.
Este relato provocou controvérsias entre historiadores e teólogos. Pesquisadores como J. Archibald Douglas tentaram desacreditar Notovitch, mas outros, como Mestre Abhedananda e Nicholas Roerich, confirmaram a existência dos manuscritos e a passagem de Jesus pelo Tibete e Índia. Esses documentos, no entanto, desapareceram misteriosamente.
Estudos recentes sugerem que Jesus esteve no Oriente, onde se tornou conhecido como Issa, um profeta que estudou textos védicos e budistas, e que apoiou as minorias sociais. Após suas viagens, ele teria retornado à Palestina, onde declarou sua origem israelita.
Há também teorias controversas sobre a sobrevivência de Jesus à crucificação e seu retorno à Índia, onde viveu até os 80 anos. Alguns pesquisadores acreditam que ele se casou, teve filhos e que seu túmulo está em Srinagar, na Índia.
Além disso, algumas teorias sugerem que Jesus viajou para a Grécia e até para a Grã-Bretanha com José de Arimatéia. Embora essas afirmações sejam menos documentadas, elas refletem o desejo de várias culturas de conectar-se à figura de Cristo.
Os Anos Desconhecidos de Jesus (Dos 12 aos 30 anos)
Nos últimos anos, surgiram algumas obras paracientíficas que atraíram a atenção de estudiosos sérios e proporcionaram um novo ímpeto para investigar com mais profundidade o que realmente aconteceu durante os enigmáticos dezoito anos na vida de Jesus. Títulos como “Jesus Vivió y Murió en Cachemira” (1976), de Andreas Faber-Kaiser; “Jesus in Heaven on Earth,” de Al-Haj Khwaja Nacir Ahmad; e “Jesus Viveu na Índia” (Jesus Lebte in Indien, 1983), do teólogo alemão Holger Kersten, não podem ser considerados livros “inspirados” ou fruto de “canalizações” e muito menos mensagens celestes.
Essas publicações são estudos empíricos, baseados em uma extensa bibliografia e pesquisa rigorosa. Elas sugerem que Jesus realmente esteve no Oriente, onde foi conhecido como Issa, um “grande profeta” e “Filho de Deus”. Manuscritos antigos do Oriente mencionam um menino iluminado chamado Issa, que teria chegado à região do Indo vindo de terras distantes. Ele estudou no Punjab entre os jainistas e em Jagannath, onde foi instruído por sacerdotes brâmanes.
Issa aprendeu a ler e estudou profundamente os textos védicos. Após muitos anos em Jagannath, Benares, Rajagriha e outras cidades sagradas, ele foi forçado a fugir, pois estava ensinando os Vedas às castas inferiores e pregando que a divisão social por castas não era ordenada por Deus. Os brâmanes, pertencentes à casta mais alta, não gostaram e passaram a persegui-lo.
Issa então se dirigiu ao Nepal, onde estudou as escrituras budistas por vários anos. Depois, viajou para o oeste e se destacou por seu apoio às minorias sociais desfavorecidas e por denunciar a hipocrisia da classe sacerdotal. Ao chegar à Pérsia, entrou em conflito com os sacerdotes locais e foi expulso mais uma vez. Foi quando ele retornou à Palestina e declarou sua origem a todos que lhe perguntavam: “Sou israelita”.
Sobreviveu à Crucificação?
Uma questão altamente controversa nas pesquisas sobre Issa refere-se ao seu suposto retorno ao norte da Índia, onde era conhecido como Yuz ou Yuz Assaf. O teólogo Holger Kersten, autor dos livros “O Buda Jesus” e “A Conspiração Jesus” (ambos em coautoria com Elmar R. Gruber), baseados em documentos antigos, monumentos, lendas e tradições, sugere que Jesus pode ter sobrevivido à crucificação e retornado às terras que percorreu em sua juventude. Na Índia, onde alguns paracientistas acreditam que ocorreram muitos dos eventos mencionados na Bíblia, é possível encontrar túmulos que, teoricamente, guardam os restos mortais de Moisés e de Jesus.
Em Cachemira, no centro da cidade antiga de Srinagar, em Anzimar, há uma construção chamada Rozabal (tumba do profeta) que supostamente abriga o túmulo de Issa. Curiosamente, a sepultura está orientada no sentido leste-oeste, conforme o costume judaico, enfraquecendo a hipótese de que o santo seria muçulmano ou hindu.
Uma lápide que decora o túmulo retrata os dois pés do homem santo com uma cicatriz em cada pé. A tradição diz que Yuz Assaf tinha os estigmas da crucificação, da qual ele teria sobrevivido. O profeta viveu na Índia até os 80 anos de idade ou mais, casou-se e teve filhos. Uma família local, famosa por sua longa linhagem de curadores, possui uma árvore genealógica que chega até Yuz Assaf e acredita que seu ancestral era, de fato, Jesus.
No livro “Jesus, A Verdade e a Vida,” o professor Fida Hassnain menciona uma carta enviada a ele por Kurt Berna – o pesquisador que chamou a atenção de cientistas e estudiosos do mundo todo sobre as impressões de Jesus no Santo Sudário, insistindo que ele não estava morto quando foi envolvido pelo manto. Nessa carta, Berna diz que, durante a pesquisa científica do Sudário, descobriu-se que o pé esquerdo da pessoa havia sido preso sobre o direito na cruz, exatamente como o homem enterrado em Srinagar, sugerindo que ambos são a mesma pessoa: Jesus Cristo.
Outras Viagens?
Há relatos de que as jornadas de Jesus Cristo poderiam ter ido além da Índia e do Tibete. Baseando-se em trechos do Evangelho de João, alguns estudiosos afirmam que Jesus teria estado na Grécia, atravessando as montanhas Carmel e depois viajando por navio. Supostamente, ele teria visitado Atenas e se reunido com eruditos gregos em um anfiteatro. No entanto, essa teoria tem poucos defensores, pois não foram encontradas evidências concretas dessa viagem.
Também se fala que Jesus teria acompanhado José de Arimatéia até a Grã-Bretanha, especificamente Glastonbury, após retornar da Índia e Tibete. José de Arimatéia, um comerciante rico e tio de Maria, é considerado por alguns como o guardião (tio-avô) de Jesus. Gildas, um dos primeiros historiadores britânicos (516-570), escreveu que Jesus esteve na ilha durante o reinado de Tibério, que governou entre 14 e 37 d.C., com seu auge entre 25 e 27 d.C.
Embora essas evidências sejam escassas, muitos acreditam que as lendas sobre a presença de Jesus na Grã-Bretanha persistem há dois milênios. Para muitos estudiosos, contudo, é difícil identificar a origem dessas histórias – elas podem ter surgido durante a expansão do cristianismo, à medida que cada nação desejava reivindicar a presença de Cristo em seu território.
Para Saber Mais:
- Os Anos Ocultos de Jesus – Elizabeth Clare Prophet (Ed. Nova Era),
- Jesus, A Verdade e a Vida – Prof. Fida Hassnain (Ed. Madras),
- Jesus Viveu na Índia – Holger Kersten (Ed. Best Seller),
- A Vida do Santo Issa e o Evangelho Aquariano – Levi H. Dowling
- The Heart of Ásia – Nicholas Roerich
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