Polônia Prepara Militares para Conflito em Escala Total com a Rússia, diz Chefe do Exército
Autoridades da OTAN anunciaram vários movimentos importantes que coletivamente marcam uma escalada significativa com a Rússia na cúpula anual da OTAN em Washington DC esta semana. Primeiro, o presidente Joe Biden revelou na terça-feira que os EUA estão enviando dezenas de sistemas de defesa antiaérea para as forças da Ucrânia em meio a ataques aéreos russos intensificados.
Em seguida, uma declaração conjunta de Washington, Haia e Copenhague confirmou que um lote inicial de caças a jato F-16 fabricados nos EUA está a caminho da Ucrânia. Só isso marca uma escalada maciça, já que Moscou já prometeu destruir os jatos.
Na quarta-feira, outro anúncio ultra-provocativo foi feito com o objetivo de ‘deter’ Moscou. O chefe do exército da Polônia, general Wieslaw Kukula, pediu que seu país prepare seus soldados para um conflito total.
“Hoje, precisamos preparar nossas forças para um conflito em grande escala, não um conflito do tipo assimétrico,” disse o general Kukula em uma conferência de imprensa. “Isso nos obriga a encontrar um bom equilíbrio entre a missão fronteiriça e manter a intensidade do treinamento no exército”, acrescentou.
Sua referência à ‘missão fronteiriça’ alude às tensões em curso com a Bielorrússia, um aliado russo próximo que faz parte do ‘Estado da União’. A Polônia implementou recentemente o seu programa “East Shield”, uma iniciativa de $2,5 bilhões para reforçar as defesas ao longo da fronteira entre a Polônia e a Bielorrússia.
Em 2021, a Bielorrússia foi acusada de intencionalmente inundar a fronteira polonesa com migrantes do Oriente Médio como uma forma de guerra híbrida. A União Europeia acusou o Presidente Alexander Lukashenko de orquestrar uma crise fronteiriça, a fim de atolar as tropas e os guardas de fronteira da Polônia. Outra questão é que os militares da China iniciaram exercícios com as forças bielorrussas em Brest nos últimos dias, que fica a quilômetros da fronteira polonesa.
De acordo com mais do anúncio militar polonês de quarta-feira da Reuters, “Falando no mesmo evento, o vice-ministro da Defesa, Pawel Bejda, disse que a partir de agosto, o número de tropas que guardavam a fronteira leste da Polônia seria aumentado para 8.000 dos atuais 6.000, com uma proteção adicional de 9.000 soldados capazes de intensificar dentro de 48 horas de antecedência.”
Varsóvia também tem estado em uma grande campanha de recrutamento para aumentar rapidamente o tamanho de suas forças armadas. Isso ocorre em um momento em que o país do ‘flanco oriental’ da OTAN está cada vez mais engatilhando sua carroça para o destino da Ucrânia. O tamanho atual das forças armadas polonesas é comumente estimado em 190.000 militares, mas Varsóvia quer reforçá-lo para 300.000 soldados dentro de alguns anos.
Na segunda-feira, o presidente Zelensky se encontrou com o primeiro-ministro polonês Donald Tusk em Varsóvia, onde os dois assinaram um acordo militar sem precedentes. Zelensky posteriormente destacou uma provisão qual permite que a Polônia intercepte mísseis russos no território da Ucrânia, se forem considerados uma ameaça para a Polônia e sua população.
Durante toda a guerra da Ucrânia, a Polônia manteve uma postura muscular e hawkish em relação à Rússia e criticou os esforços de solução pacífica na mesa de negociações.
Ainda esta semana, o presidente da Polônia, Andrzej Duda, reiterou que a Ucrânia não deve ceder nenhum território à Rússia em troca da paz. Ele disse terça-feira, “Se há alguém que quer dar à Rússia um pedaço de terra ucraniana eles não são ucranianos, então deixe-os dar um pedaço de sua terra para a Rússia, porque é fácil dar um pedaço de terras de outras pessoas.”
“Eu gostaria que essa guerra terminasse o mais rápido possível. No entanto, ela não pode terminar, não deve terminar com a vitória da Rússia, porque se acontecer dessa maneira, teremos outra guerra em breve, porque a Rússia atacará novamente”, acrescentou Duda.
O presidente Biden também declarou em seu discurso de terça-feira à cúpula da OTAN que a Ucrânia prevalecerá contra a Rússia, apesar dos relatos generalizados de que as forças ucranianas sofrem de uma grave escassez de soldados. Ele disse com força: “A Ucrânia pode e vai parar Putin.”
A OTAN anuncia oficialmente que enviará caças F-16 à Ucrânia para a guerra contra a Rússia. O presidente russo, Putin, disse anteriormente que os caças F-16 são alvos legítimos para Moscou, mesmo em aeródromos de países terceiros. Putin também disse que se a OTAN enviar caças F-16 para a Ucrânia, será uma escalada da retórica russa que poderá potencialmente levar a uma guerra. A OTAN está agora em guerra com a Rússia?
No entanto, tudo isso parece uma ‘escalada cega’ sem fim ou sem estratégia… uma receita para levar a OTAN diretamente para a 3ª Guerra Mundial com a Rússia, que possui o maior arsenal de armas nucleares do planeta.
Fonte: Zero Hedge
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